Sem ideias? 4 fatos Sobre Sebastião Salgado Para Te Inspirar!

Sem ideias? 4 fatos Sobre Sebastião Salgado Para Te Inspirar!

08 de janeiro, Dia do Fotógrafo ou Dia Nacional da Fotografia!

O Dia do Fotógrafo se refere à chegada da Fotografia ao Brasil, em 08/01/1840, por meio do abade Louis Compte, o qual apresentou o daguerreótipo ao imperador D. Pedro II, considerado o primeiro fotógrafo brasileiro.

Em homenagem ao Dia do Fotógrafo, publico a vida e a obra de Sebastião Salgado, o qual realizou diversas viagens, ao longo dos anos, a fim de retratar as diferentes faces de um mundo em ebulição.

Portfólio Bel Young

Dia do Fotógrafo: Sebastião Salgado

Sebastião Salgado nasceu, em 8 de fevereiro de 1944, em Conceição do Capim, distrito de Aimorés (Minas Gerais), maior região mineira do mundo.

Tião, como gosta de ser chamado, cresceu em uma fazenda de subsistência.

Aos 15 anos, mudou-se para Vitória, a fim de cursar os Ensinos Médio e Superior.

Na capital capixaba, formou-se em Economia e, não, em Direito, como desejava o seu pai.

Lá, conheceu Lélia Wanick, sua futura esposa e parceira artística.

Sebastião cursou Economia na Universidade Federal do Espírito Santo (Graduação) e na Universidade de São Paulo (Mestrado).

Em 1969, Salgado imigrou para Paris (devido à Ditadura Militar vigente no Brasil), seguindo o conselho da organização de esquerda, da qual fazia parte.

Na Cidade Luz, estudou Economia.

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1. Missão de Vida

Exilado na França, iniciou o Doutorado em Economia Agrícola, porém, não defendeu a tese, apesar de ter desenvolvido uma dissertação sobre o assunto.

Após algum tempo, mudou-se para Londres.

Neste período, Sebastião trabalhou na Organização Internacional do Café, o que lhe permitiu, durante uma viagem de negócios à África, realizar a sua primeira sessão fotográfica e, principalmente, descobrir a sua verdadeira vocação: a Fotografia.

A partir de então, Lélia Wanick, sua esposa, passou a administrar a carreira de Salgado, dando ideias e sugestões, divulgando e negociando os contratos do fotógrafo.

2. Os primeiros passos de Sebastião Salgado na Fotografia

Na capital inglesa, Sebastião Salgado decidiu abandonar o seu ofício e seguir a carreira fotográfica. Para tanto, vendeu tudo o que tinha e retornou a Paris.

Salgado começou a sua carreira fotográfica, aos 29 anos.

Como fotojornalista, trabalhou para as agências: Sygma (2 anos, de 1973 a 1975); Gamma, uma das maiores agências fotojornalísticas do mundo (4 anos, de 1975 a 1979), para ele, a sua verdadeira escola de Fotojornalismo; e para a cooperativa fotográfica francesa Magnum (15 anos, de 1979 a 1994).

Concomitantemente ao Fotojornalismo, Sebastião Salgado realizou diversas viagens, a fim de retratar as diferentes faces de um mundo em ebulição.

Sebastião Salgado realizou a sua primeira odisseia fotográfica, em 1977.

O fotógrafo viajou pelas Américas do Sul e do Norte (do Brasil ao México), a fim de fotografar as comunidades indígenas e camponesas desta região.

Começou a jornada em 1977 e a terminou em 1984. E, em 1986, lançou Outras Américas, seu primeiro livro.

Ainda em 1986, lançou o livro Sahel: O Homem em Agonia, em que retrata o Sahel (região situada na africana subsaariana, assolada pela seca e pela partilha da terra).

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Trabalhadores

Já em 1993, lançou Trabalhadores, seu terceiro livro, em que retrata as pessoas que construíram o mundo, na visão dele e de Lélia.

Salgado fotografou, de 1986 a 1992, o trabalho penoso, muitas vezes, escravo de homens e mulheres em diversas regiões do mundo, como os mineiros de Serra Pelada, no Brasil, os pescadores de atum da Sicília, na Itália, os combatentes de incêndios em poços de petróleo no Kuwait, país localizado no Golfo Pérsico.

Um ano mais tarde, Sebastião Salgado deixou a cooperativa fotográfica francesa Magnum.

Já em 1994, fundou a Cenarium Amazônia (agência que cuida da obra de Salgado), administrada por Lélia Wanick Salgado.

Ainda em 1994, Sebastião e Lélia iniciaram a concepção de Êxodos.

Os artistas voltaram a sua atenção à África: a Ruanda e ao Congo, para onde os refugiados ruandeses imigraram, devido à guerra civil em seu país, e à antiga Iugoslávia, durante a guerra civil naquela nação.

Tal projeto levou 6 anos para ser concluído.

Decidido a abandonar a Fotografia, devido às atrocidades que viu e viveu na África e na Iugoslávia, Salgado voltou ao Brasil.

Instituto Terra

Neste interim, Lélia teve a ideia de replantar as árvores da Fazenda Bulcão, (situada em Aimorés, Minas Gerais), lugar onde Sebastião Salgado cresceu, já que o local tinha 0,5% apenas de floresta tropical (Mata Atlântica), mas já tivera 50%.

Nascia o Instituto Terra, organização criada por Salgado e Lélia, em 1998, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável do Vale do Rio Doce (região localizada entre os Estados de Minas Gerais e Espírito Santo).

O Instituto Terra já plantou mais de dois milhões de árvores, de mais de 300 espécies diferentes.

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3.Genesis

Ao observar a natureza destruída da fazenda de sua família reflorescer, Salgado teve o desejo de retratar locais intocados e quase nunca vistos.

E, assim, apresentar um mosaico da natureza em seu estado original.

Esta foi a força motriz, por trás de Genesis. O nome faz referência ao dia da Criação do Universo (Gênesis), já que 50% do planeta permanecem como naquele período.

Mesmo amigos o desaconselhando a realizar o projeto, pois achavam muito arriscado, Salgado aprendeu a fotografar paisagens, e realizou Genesis, com maestria.

O fotógrafo começou a expedição por Galápagos, no Pacífico, já que queria ver e viver o que Darwin (1809 – 1892) tinha visto e experenciado, em 1835 (o biólogo rodou o mundo, ao longo de 5 anos, a bordo  do HMS Beagle).

A aventura foi a gênese da Teoria Da Evolução Das Espécies Pela Seleção Natural, publicada no livro A Origem das Espécies e a Seleção Natural, de 1859.

Sebastião viajou, cerca, de oito meses por ano, para realizar o projeto.

Sebastião Salgado visitou 32 regiões remotas, divididas em cinco seções geográficas:

  1. Planeta do Sul;
  2. Santuários;
  3. África;
  4. Espaços do Norte;
  5. Amazônia e Pantanal.

O fotógrafo visitou estas regiões, de 2004 a 2011, a fim de fotografar a majestade e a beleza da natureza, bem como de registrar comunidades alheias às transformações ocorridas ao longo dos séculos, uma vez que mantêm suas tradições ancestrais.

4. Pilares da obra de Sebastião Salgado

Em Genesis, Sebastião Salgado corrobora os 2 pilares fulcrais da sua obra: a subjetividade do signo fotográfico, representada pelas imagens em preto e branco e a conscientização social, fruto da sua visão política, da sua trajetória; mas, principalmente, da sua missão de vida.

Sebastião Salgado usa com maestria as finitas possibilidades do preto e branco, a fim de estimular a interpretação subjetiva da imagem (Punctum, uma vez que o observador tem de imaginar, recriar aquela cena em cores usando suas referências, experiências e sensações particulares, já que o cérebro, vê luz e sombra apenas, mas, principalmente, refletir acerca dos dilemas retratados), em vez da análise objetiva da efígie colorida (Studium), já que esta deixa pouco espaço para a imaginação e, fundamentalmente, para a contemplação e a ponderação.

Ambos os conceitos – Punctum e Studium – foram descritos por Roland Barthes, na obra A Câmara clara: nota sobre a fotografia, de 1980.

Com o preto e branco e todas as gamas de cinza, porém, posso me concentrar na densidade das pessoas, suas atitudes, seus olhares, sem que estes sejam parasitados pela cor. 

Sebastião Salgado

Mas, principalmente, baseado em sua formação Humanística, Sebastião Salgado fotografa, com o intuito primeiro de conscientizar o observador acerca de dilemas Pós-Modernos, (questões políticas, sociais e ambientais).

Tal intuito pode ser conferido em Genesis, em que visa levar o espectador a refletir acerca da vida nos grandes centros; mas, principalmente, sobre o seu papel na conservação do planeta.

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Portfólio Bel Young

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Antes de imprimir, pense. O meio ambiente agradece.

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